O filme sombra, inspirado no desaparecimento de Rui Pedro foi finalmente comentado por Filomena Teixeira numa entrevista que deu. O filme Sombra é inspirado no desaparecimento de Rui Pedro, a 4 de março de 1998.
O filme de Bruno Gascon, foi inspirado no desaparecimento do filho e a mãe, numa publicação realizada, voltou a falar da falta de preparação das autoridades: “A polícia não acreditava em mim. Quando lhes mostrei a fotografia em que o Rui Pedro aparece na Disneyland [atrás de Nuno Rogeiro], depois de ele ter desaparecido, eles disseram-me: ‘E agora o que é que a senhora quer que eu faça’. Respondi-lhes: ‘Que façam o vosso trabalho, que procurem o meu filho e saibam quem é este homem que está com o Rui Pedro’. Mas nunca ligaram à pista”, revelou ao Expresso.Para ela a Polícia Judiciária “não estava preparada para investigar o desaparecimento de uma criança”
O filho de Filomena teria hoje 35 anos e a mãe não hesita em afirmar: “Acho que, se o vir, o reconheço. No filme [Sombra], há aquela ideia de que a vida foi continuando para toda a gente, mas a da Filomena ficou por ali”, afirmou, admitindo sonhar recorrentemente com o filho: “Sonho, não só a dormir, como acordada. Quando vejo um jovem da idade que ele teria hoje, comparo-o sempre com ele. E pergunto-me: como é que ele estaria agora? Quando vejo um bebé, lembro-me dele quando era bebé. Quando vejo um menino maior, lembro-me dele quando tinha aquela idade. Eu respiro o ar que ele respira. Tenho-o sempre no coração”.
“Há um sonho recorrente, de um episódio real. Numa altura em que estava muito cansada e trabalhava na escola de condução, ele disse-me: ‘Senta-te aqui que eu vou fazer-te uns carinhos’. Foi à dispensa e pegou numa máscara de Carnaval e cantou uma música dos Excesso. Fazia-me tantas surpresas”, diz Filomena.
Filomena Teixeira confessa ainda que: “Quando levaram o meu filho, levaram uma parte de mim. Havia falta de preparação e de meios. Passados muitos anos, a PJ reabriu a investigação, mas já era tarde demais. Se se tivessem interessado pelo caso mais cedo, não tenho dúvidas de que os resultados seriam outros”, disse.
O realizador, Bruno Gascon revela que o filme é: “acima de tudo, uma história de amor, um amor incondicional de uma mãe pelo filho”, dedicado a “todos os desaparecidos e a todos os que esperam pelo seu regresso”.