António Costa e mulher desfrutam de nova vida em Bruxelas com privilégios e recepção de tapete vermelho. Nos últimos meses, o ex Primeiro Ministro teve que reaprender a viver de uma maneira que há muito não experimentava.
De repente, sua agenda estava vazia, o telefone tocava com menos frequência durante o dia e era desligado à noite, dando-lhe tempo de sobra para passar com a esposa, algo que raramente conseguia enquanto era Primeiro-ministro. Ele admite que os primeiros dias foram difíceis de se adaptar, pareciam intermináveis, especialmente porque muitos apontavam dedos em sua direção e questionavam sua integridade.
Quando António Costa estava se acostumando a essa nova vida mais tranquila e até havia retornado à universidade, veio a convocação de Bruxelas. Ele foi eleito presidente do Conselho Europeu, proporcionando-lhe uma reviravolta inesperada e uma nova oportunidade que ele mesmo não acreditava ser possível.
Em maio, em entrevista a Cristina Ferreira no programa ‘Dois às 10’, ele disse que, com um processo em andamento, era muito difícil imaginar tal solução. Todos ainda tinham fresca na memória a imagem de António Costa, com a voz embargada, anunciando sua demissão, com sua esposa, Fernanda Tadeu, firme na primeira fila, mostrando que era a vez dela cumprir os votos matrimoniais que não se aplicavam apenas aos momentos felizes. O casal superou vários momentos difíceis ao longo dos últimos anos, e talvez este contratempo político não tenha sido nada comparado com o que a ex-educadora de infância enfrentou quando foi diagnosticada com um tumor no pulmão.
Apesar da agenda infernal como Primeiro-ministro, Costa fez de tudo para que nada faltasse a Fernanda. Quando ele precisou, ela estava lá, na primeira fila, para mostrar que, embora o país pudesse duvidar, ela acreditava na sua integridade. Agora, tempos de mudança se aproximam, que o casal encara com felicidade. Estão reunidas todas as condições para a mudança para Bruxelas. Com os dois filhos adultos e bem-sucedidos, António Costa e Fernanda podem agora desfrutar de uma vida na capital belga, algo ao alcance de poucos. Segundo apurou a ‘The Mag’, Fernanda manterá a sua residência oficial em Portugal.
O cargo de presidente do Conselho Europeu colocará a família em uma situação financeira confortável, com um salário bruto de 32.100 euros por mês, mais de 380.000 euros anuais. Além disso, há o pagamento de despesas de representação (1.418 euros por mês) e um auxílio para despesas de habitação (4.800 euros mensais).
De férias no Algarve, António Costa trocou carinhos com a esposa na praia, mostrando que o casal está unido e aproveitando a vida. Se desejar, ele pode transferir sua residência de Lisboa para Bruxelas, já que todas as despesas de mudança estão cobertas. Além disso, a família tem direito a viagens pagas para Bruxelas, e ao deixar o cargo, António Costa receberá uma pensão vitalícia.
Bruxelas, com sua alta qualidade de vida e oferta cultural diversificada, parece ser o lugar ideal para a família. Fernanda, ex-educadora de infância, poderá manter uma agenda ocupada na nova cidade. O casal, que agora precisa encontrar um novo lar, passará muito tempo no famoso Bairro Europeu, onde estão localizados os principais edifícios da União Europeia, incluindo o Parlamento Europeu.
Essa é quase uma conclusão feliz para a história de António Costa e Fernanda Tadeu, após meses turbulentos. Quando entregou sua carta de demissão, o ex-primeiro-ministro fez questão de agradecer à família por todos os sacrifícios. “Uma palavra muito sentida de agradecimento à minha família, especialmente à minha esposa, por todo o apoio, carinho e os muitos sacrifícios pessoais que enfrentou ao longo destes oito anos. Esta é uma etapa da vida que se encerra, e eu a encerro com a cabeça erguida.”
Meses depois de deixar o cargo, Costa voltou a falar sobre Fernanda, enaltecendo sua postura ao longo de seu mandato. “Acho que ela foi a pessoa que mais sacrifícios fez, a que mais sofreu com essa atividade”, disse a Cristina Ferreira sobre sua esposa, com quem está há mais de 40 anos.
Fernanda é a sua companheira de vida em todos os sentidos, e antes de entregar a carta de demissão e se afastar da vida política nacional, Costa teve uma longa conversa com ela. “Conversei com a Fernanda, e ela não teve nenhuma dúvida sobre o que fazer. Era muito claro para nós o que precisava ser feito, e então, fiz.”
Foi também em conjunto que aceitaram, com felicidade, esta nova etapa que a vida lhes proporciona, já na casa dos 60 anos, com novos desafios e uma realidade desconhecida a ser explorada.